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Crônicas de Nantes - A Primeira Vista

Essa semana eu aproveitei o feriado na quarta pra levar minha bolsa de 30kg sem rodinhas pra Nantes. Pra não perder a viagem, chamei o Júlio (Poli/Toulon), Lucas  (Poli/Toulon)  e o Dello (UNICAMP/ Centrale Paris) pra matarem as aulas de 5ª e 6ª e conhecer a cidade.

Pra pegar as viagens mais baratas existentes, fomos e voltamos em trens que saíam as 06h25 das cidades. Cedo, mas bem barato. Ideal.
Então, como a gente gosta de aventura, resolvemos dormir na Gare pra esperar o TGV. O verdadeiro motivo é que achávamos que, por ser feriado, os horários dos metrôs seriam iguais aos de domingo, e seria impossível chegar a tempo na Gare com o metro de manhã. O Júlio resolveu tentar a sorte e, infelizmente, estava certo. Dormimos na Gare 100% à toa. Após algumas boas horas do lado de fora - ainda por cima, a gare fecha, ficamos pra fora até as 4h30. Ainda bem que estamos na Europa e isso não foi um grande problema. Só os ratos, foi bem engraçado perceber o quão suja pode ser uma cidade rica.

Atenção para um post ultra-longo!! 


Em Nantes, encontramos o Maurício ( veterano meu da Centrale Nantes ), que nos acolheu por esses dias. Pelo que deu pra perceber nesses 3 dias, a gente ainda vai causar muito junto. Depois de colocar minha nada leve mala na casa dele, demos um tempo e fomos conhecer a cidade. 

"Nantes cresceu em torno de dois rios - o Erdre e a Loire. É a capital regional do "País da Loire", e é bem perto da bretanha. Essa proximidade gera uma certa confusão, sendo que quem é de lá diz que não é bretão, mas os parisienses dizem que sim. É uma cidade grande pros padrões europeus, o que em termos de Brasil quer dizer que é um cuzinho onde dá pra andar tudo a pé. Não tem metro, mas existe uma rede de tramways que cobre a cidade inteira. É uma cidade plenamente universitária, com uma vida noturna bastante agitada."

Após essa breve introdução teórica, vamos para o que fizemos na real.

Fomos no centro, passando pela praça principal e pelos pontos turísticos, vimos a apresentação do elefante do "Machines de l'Île", um grupo/empresa que faz diversas "intervenções urbanas" na cidade. Aliás, esse seria a melhor palavra pra descrever a arquitetura de Nantes. 
A cidade é cheia de pequenas ( ou não tanto ) "obras de arte" espalhadas pela rua. Desde um muro móvel - ou pelo menos o Maurício jura de pés juntos que ele é - que conta a história da cidade, até um canto de sala  pendurado por um guindaste em uma praça, passando por 20 pequenos mosaicos que fazem referência a jogos de videogame como Zelda, Mario e até PacMan.

Dentre estas intervenções urbanas, muitas são do grupo "Machines de l'Île". Apesar de eles terem feito recentemente um carrossel da vida marinha, a obra mais famosa deles é um elefante mecânico, muito fera. O Maurício quase conseguiu pegar a gente se molhando sem saber, mas a gente acabou vendo que o elefante cospe água. Sensacional, vale muito a pena ver.



Depois o Maurício levou a gente pra ver o angar da cidade, onde ficam as baladas. Tem uma muito grande, a LC, e outros bares/baladas menores. Nossa incursão nessas baladas será explicada no momento apropriado.

Na volta pra casa do Maurício, paramos numa "Fraiserie", uma loja onde só vende coisas feitas de morango. A minha irmã ia endoidar se visse, o sorvetes de lá são de outro mundo, paramos umas 3 vezes lá.
Ainda antes de voltar paramos na casa de uns veteranos que não estavam lá, mas que estavam abrigando um voveterano, o Fábio. Graças à greve das federais, ele está sem aula, então resolveu estender a estadia aqui até quando puder. Boa escolha, na minha opinião.

Na quinta cedo eu fui correr com o Maurício, fizemos o percurso da prova de educação física da École. Não é nada de outro mundo, mas posso dizer que não vou conseguir sem treino também não. A gente mais andou que correu, e ele me mostrou a Rez ( residência estudantil ), que tem quartos maiores do que eu pensava! Além da cama, cabe sossegadamente um colchão inflável de casal, então se alguém quiser me visitar, só avisar! Tá convidado!
Na parte da tarde a gente fez um passeio de barco no Erdre, sensacional. O rio é bem forte, mas não é muito fundo não. Eu não pulei, mas os caras da Poli pularam e falaram que dava pé. Nesse momento me falaram que é comum no churrasco de recepção rolar uma travessia do rio. Interessante, no mínimo.
De noite a gente tentou procurar balada, mas estava tudo muito vazio, por causa das férias. 

Sexta a gente acordou cedo e foi pra praia! Pegamos um busão pra uma cidade próxima chamada Pornic, que tem uma praia bem movimentada. Tinha muitas crianças na parte da manhã, e estava lotada até a hora em que a gente foi embora. A praia tinha areia, mas pouca. Logo começavam um mar de pedras, e eu cortei todo o meu pé. A despeito do aviso dos veteranos de que o sol da Europa não queima, eu passei protetor 50, o que não bastou pro dia inteiro no sol. Estou com o rosto e as costas bem queimados, está ardendo um pouco até.

A noite o Maurício fez um jantar bem brasileiro pra gente: salada, linguiça acebolada, ovo frito e arroz. Fazia tempo pacas que eu não comia arroz direito, foi muito bom! Uma meia noite a gente saiu pra tentar ir na LC, mas como o Júlio estava de shorts fomos barrados na porta. Tentamos a pirata, mas foi "echec" ( ="fail"), como diz o Maurício. De todo modo, foi incrível ver lugares abertos as 2h da manhã. Como estávamos bastante cansados, voltamos pra casa e dormimos um pouco antes do nosso trem das 6h30. Eu vim dormindo o tempo quase todo, e passei o dia todo com sono.

Pelo ritmo desses 3 dias, quero só ver aguentar o pique da galera no começo das aulas! Mas xá comigo!









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