A semana começou num domingo chuvoso para a Welaway. O comboio partia em direção noroeste. Os bravos colonos resolvem montar acampamento nume grande pradaria antes do cair da noite, com medo de uma tempestade. O líder, sempre certo dos caminhos a seguir, parte com o xerife para fazer reconhecimento do território.
Ao cair da noite, com os sons da chuva quase cedendo ao silêncio denso e sincopado da floresta, a caravana festeja a proximidade do fim da viagem.
Apenas mais alguns dias de marcha até a terra prometida. Eles finalmente conquistariam o Oeste.
Na manhã seguinte, um grupo de colonos que havia se afastado para agradecer a Deus se depara com a figura inerte do guia do grupo. Feliz ou infelizmente, ele não estava morto, mas completamente louco. Seus últimos fiapos de consciência se esvaiam conforme perguntavam-lhe banalidades, e até seu nome lhe escapava. A caravana decide manter sua posição até descobrir o que afligia o pobre líder, e pra onde seguir.
E parece que ultimamente isso aqui virou um blog sobre Escotismo. Mas afinal, como é uma das minhas metas pra esse segundo ano na França, nada mais válido. Aliás, acho que o próximo post será sobre isso.
Acho que não tenho como descrever o quanto me sinto bem recebido, e, nesse momento, um verdadeiro integrante do Grupo SELO.
Voltando ao assunto, a história acima foi o fio condutor das atividades do acampamento da semana passada com o ramo lobinho. Foi uma semana como eu jamais imaginaria. Pra começar que a preparação já começou há muito tempo, desde que eu estava no Brasil pro estágio. Uma semana passa voando, mas não é pouco tempo, demanda muita organização e, pasmem, uma papelada imensa. A burocracia pra se acampar por aqui é completamente exagerada, tem todo um processo que começa vários meses antes. E outra coisa importantíssima a se pensar são todas as atividades a se fazer, afinal, a gente não está lá pra ficar olhando um pra cara do outro. Eu usei uma boa parte de minhas idéias, de tudo o que eu já vi nesses anos como escoteiro.
Atenção! Zona de texto mal escrito e acumulado em sentenças pouco conexas!
O Victor olhando de lado cada vez que alguém fazia uma frase com um duplo sentido em potencial. E depois ignorando um lobinho que ele não via na fantasia de Bison Malicieux. E guardando todos os pacotes de comida que achava pra poder anotar os números de lote. E então as piadas que fazemos com isso. A Marie vestida de Betty, sendo chamada de Barbie, Batignole, tudo menos Betty. O Guillaume de Garret, o xerife sem estrela. Benoît fazendo seu John Stone enérgico e prepotente. Ou ainda puto da vida depois de ter voltado da exploração com a equipe das meninas. A Elise dizendo que as vezes não entendia o assunto e só fazia que sim com a cabeça. Sempre meditando e contando a história de estrelas como Castor Méditatif. E ainda todos eles, como chefes, me dando bronca e me mandando fazer 20 flexões ao voltar com os lobinhos da Veillée Casino. Os papos entre chefes toda noite, durante o quinto...
Os lobinhos correndo pra lá e pra cá, e fazendo bagunça durante as formações. E a energia deles durante os jogos, que se transformava em preguiça na hora dos serviços, especialmente pra lavar a louça. E o drama quando não estavam com o próprio prato... A cara de pau quando perguntávamos porque não estavam lá quando oferecemos a segunda rodada no almoço...
Atenção! Fim da Zona de texto mal escrito e acumulado em sentenças pouco conexas!
Mesmo os dois ou três lobos que eu queria ter escalpelado mais pro fim da semana tornaram a experiência inesquecível. Até partirmos, eu não estava ciente da nostalgia que viria logo em seguida, apenas de partir. Passar todo esse tempo juntos traz uma carga emocional bastante forte, é como aquela sensação de terminar um livro muito bom, só que os personagens realmente eram você e alguns amigos, que acabaram se tornando muito próximos.
Enfim, uma vez Cartentête, o guia, curado, e sabendo novamente por onde seguir, a caravana pode partir. Mais uma vez sob a chuva fina, que formava uma fina camada de água sobre os colonos que dobravam calmamente as barracas. Eles sabiam que, apesar dos problemas e das dificuldades dessa semana, continuariam seu caminho, guardando ternas lembranças do momento que passaram entre cowboys, shamans, xerifes e pequenos lobos.
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