Mais um post sobre as Centrales. Já é o terceiro do conjunto, e dessa vez o plano é falar sobre as temidas entrevistas. Elas são o pavor de muitos, já que a maioria nunca fez uma entrevista.
Este post é meio que suplantado por um papo que rola com o coordenador do CORI, que dá um apoio pra todo mundo, tipo um "coach". O interesse dele é mandar o máximo que puder pra lá.
Mas se alguém quiser saber de antemão, fica registrado aqui.
Dessa vez só tem sobre a Supeléc e Centrales, já que só participei dessas entrevistas. Por razões óbvias, vou dar mais informações sobre as Centrales.
3 - Supeléc
Pessoal: Como eu já devo ter mencionado, a entrevista em 2011 foi feita por 2 pessoas: um brasileiro, muito gente fina, e um francês, que não falou muito, mas não parecia ser muito mal não. Só o inglês dele, meio "pra dentro" que atrapalhou um bocado, mas eu ficava com uma cara de "hã??" e ele repetia umas duas ou três vezes até eu entender o que ele dizia.Perguntas: Eles fazem perguntas abertas no começo, pedindo tipo uma apresentação. Depois focam em alguns aspectos bem específicos e que podem tirar você do jogo no caso de uma escorregada. Os que me pegaram foram o financiamento - eles perguntam se você tem como se manter lá, e dão a preferência pra quem iria mesmo sem bolsa - e vida em família, que foi uma cagada muito forte minha, já que eu disse que voltava pra casa todo fim de semana pra ver minha familia, deixando brecha pra eles acharem que eu poderia querer voltar, como um cara fez agora em 2011.
Foco: Até esse ano, parecia que eles queriam eliminar quem parecia que não aguentaria, com medo de que aconteça de novo um episódio como o que citei. Pra eles foi muito ruim ter corrido atrás de bolsa, alojamento, uma vaga, burocracia e tudo o mais pra um cara que voltou sem terminar o programa ( com menos de um mês então, devem ter ODIADO ).
Horário: Foi um dia todo, sem ordenação. Ficamos todos lá sentados esperando o dia inteiro, foi bem horrível, não tinha nem um período marcado - a sua entrevista podia ser de manhã, de tarde, de noite... até acabar o pessoal que tava lá. Bem enrolado.
4 - Centrales
Pessoal: Cinco numa mesa contra você. Ainda assim, pra mim pelo menos, foi mais assustador pensar na situação do que estar lá. Todos foram super educados comigo, me deixaram muito confortável, a primeira coisa que me perguntaram foi se eu estava me sentindo bem ( imaginem o meu nervosismo ). Quem faz a maioria das perguntas é o cara de Paris, que ficou no centro da mesa. Todos anotam coisas o tempo todo, então é melhor não ligar pra isso. Os outros fazem uma ou outra pergunta, mas pra mim pareceu que só perguntaram do que interessou pra eles da sua apresentação ou currículo.Idioma: A entrevista pode ser feita toda em inglês, acho que é até melhor, como disse o "coach", não jogue na língua do inimigo, tire ele da zona de conforto. Como eles mesmos estão preocupados em falar bem, percebem menos os erros que você fizer. Mas vá sabendo que se no seu currículo constar que você fez francês, eles vão te perguntar coisas em francês. Mas nada que uma frase de efeito não resolva. Pra mim resolveu, e logo voltamos a falar em inglês.
Foco: O foco deles é alunos de alto nível (nesta etapa todos são, então ser CR 1,0 não rende nem sequer um pontinho a mais) mas engajados em atividades extra-curriculares, com perfil para líderança e desejo de trabalhar em grandes projetos. Se você disser que pretende trabalhar como professor ou pesquisador pode esquecer, você provavelmente tá cortado. Não que ter feito uma IC atrapalhe, pelo contrário. Só não foque nisso.
Pegadinhas: Não que eles façam "pegadinhas", mas eles com certeza vão focar em alguns pontos fracos seus pra verificar sua desenvoltura. Se você não for firme em alguma resposta, ou tentar enrolar, eles vão te espremer. Essa entrevista também tem que ser um teste de habilidade social, afinal, a idéia é passar 2 anos em outro país.
Perguntas chave: Essas ficam como segredo só pros futuros "bixos" que vierem falar comigo. não posso entregar todo o ouro assim fácil não, né?
Horário: Essa teve período marcado, e uma ordem. Eu sabia que seria o segundo ( ou terceiro, já não tenho mais certeza), então cheguei bem cedo e fiquei esperando. Mas não foi que nem a outra que eu cheguei as 8h da manhã e fui entrevistado as 15h.
Como foi comigo:
De cara, eu já assustei quando me mandaram entrar e me sentar em francês. Mas logo começaram a falar em inglês, me perguntando se eu estava bem. Logo em seguida eu me apresentei e falei um pouco de mim, conforme o cara de Paris pediu. Na apresentação eu falei que era escoteiro, e um homem mais velho, no canto direito da mesa, interrompeu os demais e falou bem alto que eu era "escoteiro", em francês, quando o moço de Paris ficou me olhando com cara de interrogação e perguntou de novo o que eu tinha dito. Foi surpreendente o efeito que isso teve neles, todos se olharam e parecerem bem empolgados. Depois disso a mulher de Nantes ( eu acho que era ela pelo menos ) me perguntou sobre o piano, que eu faço de conta que toco. Uma outra ( suspeito que seja de Lille ) emendou perguntando se eu tocava em alguma banda e se eu continuava tocando mesmo em outra cidade. Quando perguntaram do francês, eu joguei de cara minha frase feita, e eles até elogiaram ( não sei de onde, mas...). Daí perguntaram quanto tempo e onde eu tinha feito francês. De pontual eu me lembro disso. Ah, rolou uma foto. Foi bem engraçado, a moça perguntou se podia e depois pediu pra eu sorrir. Foi bem divertido.
Não sei se é o fim da série, se for eu atualizo o post.
E se alguém puder me ajudar a arrumar as quebras de linha eu ia ficar bastante feliz! Se alguém souber me dá um toque!
Olá Heitor, sou sua bixete e gostaria muito de saber quais são essas perguntas chave e a sua frase de efeito, já te adicionei no face....
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