"Para a realização desta sequência de posts, foram necessários mais de 1.000.000 de litros de cerveja, cinco mil litros de chuva, mais de 800 km de estrada e pouco menos de 10m² pra dormir. Foi-se contabilizado o trabalho de 1 aluno de intercâmbio como guia, 2 motoristas, 2 co-pilotos, 53 escravos tahitianos e um peixinho dourado."
Füssen ficava num longínquo vale, cercado por duas grandes colinas. Estas por sua vez, eram cobertas de pinheiros, sobre os quais pesavam densas e gélidas brumas. Àqueles que ousam se aproximar apesar da chuva que assolava o local, a floresta guardava seus resquícios de vida fria e úmida. Para alcançar a entrada da cidade, é preciso passar sobre um lago de água profunda e tão verde que não aparenta ser líquida, mas sim alguma espécie de visco espesso e gelatinoso. Da ponte que atravessa o lago, pode-se ver um majestoso castelo medieval, num amarelo sério e imponente. Continuando sobre a ponte, percebe-se que há ainda outra construção, da qual a neblina revela tão somente a silhueta acinzentada e elevada.
O Castelo Neuschwanstein era esta última construção, encoberta pelas brumas outonais.
Cercado de lendas, passadas de geração em geração desde uma época onde os registros escritos foram destruídos, o castelo é o verdadeiro castelo contos de fadas. Fonte da falência daquele que o construiu, é tido como o mais célebre do mundo. Nas salas mais profundas, existem grutas e grandes quartos inspirados em importantes óperas. Apesar de tamanha riqueza, a sala do trono nunca esteve preenchida. O rei, que nunca pode dar cabo à construção, havia acompanhado e supervisionado toda a obra de sua residência de infância, que à época ainda não portava tons pastéis tão sóbrios. Contudo, foi pouco antes do fim da obra à qual dedicou tamanho esforço que frente à bancarrota de sua casa, Luis II foi considerado insano e internado, perdendo seu título, posses e direitos de sangue.
E agora, onde nós nos encaixamos na história!
Após uma curta viagem de ônibus até a altura do castelo, pegamos uma trilha para vê-lo pela ponte, do ângulo onde se tiram muitas das fotos que se vêem na internet. Infelizmente, ao invés de uma vista única na vida, só tinha um monte de neblina cobrindo a visão de todo mundo. Quando a gente estava quase indo embora deu pra ver um pouco, só um pouco, do contorno do castelo, mas não melhorou muito. Ainda assim a vista era digna das descrições do inverno em Hogwarts.
Descendo, fomos ao castelo, uma daquelas grandes obras que orgulha todo ser humano do potencial e capacidade humana. Ele realmente lembra o castelo do logo da Walt Disney, dá quase pra ver o arco passando pelas duas torres dele do lado de fora. Como estávamos já todos molhados, encharcados, e com frio, alguns de nós não pareciam estar tão animados, mas a visita pra mim valeu cada instante, eu teria ficado mais, e teria feito o trajeto interno com muito gosto.
Dalí, seguimos pra Munique.
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