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Ocktober 3 - Ung Cervejovski an OcktoberFesten

"Para a realização desta sequência de posts, foram necessários mais de 1.000.000 de litros de cerveja, cinco mil litros de chuva, mais de 800 km de estrada e pouco menos de 10m² pra dormir. Foi-se contabilizado o trabalho de 1 aluno de intercâmbio como guia, 2 motoristas, 2 co-pilotos, 53 escravos tahitianos e um peixinho dourado."


Chegamos já à noite em Munique, e fomos ver se rolava pegar uma vaga num camping pra dormir no carro. No caminho, vimos uma região em que o céu estava todo vermelho, eu já me perguntava o que estava acontecendo, até que trombamos com a Allianz-Arena, um estádio gigantesco cuja iluminação conseguia turvar o céu a sua volta com facilidade. Chegando ao camping, encontramos o Luiz e o Bruno, da Centrale Lille, e já fomos sentindo a ambientação da Ocktober: muita gente e cerveja! Ao receber o NAO patente da moça da recepção, resolvemos abandonar a idéia de ir pra festa à noite e resolvemos conhecer a cidade.
Outra cidade muito bonita, com uma arquitetura completamente diferente da francesa. Munique é uma cidade com muitos relógios, tem uma praça que tem além de um astronômico com partes móveis de formato humano (meio pica-pau até), outros 3 em volta.


Nesse momento já estávamos encontrando pela cidade canecas abandonadas da Ocktober. A minha eu achei ainda cheia de cerveja, esvaziei e levei pro carro. Essa vai voltar pro Brasil com certeza, estante de lembranças FORTE. Ao todo encontramos 3 canecões de 1 litro (é assim que a cerveja vem nas barracas), e uns 3 menores. Como estávamos pra dormir no carro, paramos perto da praça principal, e resolvemos dormir ali mesmo. Na frente das lojas mais caras da cidade, uma noite de luxo - só que não, já que passaram 3000 ambulâncias, possivelmente atrás de bêbados, e até um carro de um tapete que parecia que estava levando uma festa por aí.

Dia seguinte, dia de Ocktober. Acordamos cedo, umas 7h30, tomamos café e partimos. Pegamos um trem do lugar onde estávamos em direção ao recinto da festa, e chegando na estação já tinha muita gente vestida em trajes típicos, qualquer um vestido daquele jeito passaria por alemão! Tinha não só universitários alcoólatras, mas também famílias, crianças, velinhos, e a Júlia jura ter visto até mesmo um senhor obeso em cadeira de rodas e carregando um tubo de oxigênio. Todos pra curtir aquele momento. No espaço, além das tendas das marcas de cerveja, tinha um parque de diversões, barracas com comidas típicas e várias lojinhas com lembrancinhas e vestimentas superfaturadas.




Na festa, demos uma volta (curta, pra ser sincero) e fomos pra barraca mais famosa, da cerveja HöfBrau. Pedimos uma caneca cada um - ou seja, cada um dá só um LITRO - e começamos a curtir a festa. É uma energia muito diferente, todos ali pelo prazer de beber cerveja. Gente cantando musicas pra beber é o que não faltava, e as tendas tremiam toda vez que alguém se levantava e começava a virar a caneca de uma vez. Se não conseguia eles ainda começavam a vaiar e pediam pra terminar. Até as mulheres faziam, era uma loucura.




Trocamos de tenda, e encontramos TODOS os brasileiros possíveis!! Nossa mesa tinha tipo uns 30, e toda hora apareciam mais pra comprimentar, uma beleza! Encontramos até a Marina, uma 09 UNICAMP que está fazendo intercâmbio em Munique mesmo, e o Capitão, da minha turma. O único problema de encontrar com ele foi que eu acabei tendo um ataque de saudades e fiquei um bom tempo deprimido, cheguei até a dar uma choradinha nada de leve. Capitão veio até postar "chorão" na minha timelinda. Mas faz parte, não deixei de curtir por causa disso.

Como tínhamos começado a beber as 10h da manhã, às 18h eu já tinha apagado e dormi até a meia-noite. Foi até que bom, pois quando me acordam dizendo que o outro carro tinha decidido partir aquela hora, ao invés de sair de manhã, pelas 5h30, eu já tinha me recuperado um pouco. Só pedi pro Maurício deixar eu me acordar direito, jogar uma água na cara e comer alguma coisa antes de sair. Foi como se ao invés de começar o dia de manhã eu começasse à meia-noite e meia.

A viagem de volta foi outra pérola, com direito a parada no meio da estrada pra tomar sirop de Maracujá misturado com água com gás e placas pra legolândia. Quando o Maurício começou a parar de responder no meio da conversa pra começar a dormir eu solicitei uma substituição e a Pati tomou o posto com muita categoria, fomos cantando o caminho todo, muito bom!

Chegando de volta em Kehl, eu e a Pati resolvemos que queríamos ver o alvorecer na fronteira, na mesma ponte estaiada. Échec total, estava muito nublado e não nasceu Sol nenhum. Mas foi divertido, foi a primeira vez que vi o sol não nascer entre dois países.




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