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Férias em Nantes - 1 - CréaDanse

Após um longo tempo de hibernação entre férias, provas e pré-campanha, o blog ressuscita das chamas.
Aproveitando que estou em férias, mas em Nantes - uma longa história que começa e termina comigo postergando a organização de uma viagem pra essa semana, primeiro por causa de estar viajando, depois por causa das provas, e, finalmente, por que estava tudo muito caro em termos de bilhetes de avião e trem.

Assim, esta semana pretendo fazer uma grande digressão e colocar no ar textos sobre todas as minhas peripécias desde o fim do ano passado. De trás pra frente, só porque fica mais confuso. Nada a ver com o fato de eu lembrar melhor do que está mais recente, é só pra ficar mais divertido.

Começarei pelo CréaDanse!

O CréaDanse é o campeonato nacional de dança das Grandes Écoles. Mas não sei se é tão nacional assim, pois por mais que tivesse equipes de Lyon e Paris, só tinha 4 competidores, sendo 2 de Nantes. Pra mim isso não mostra, por assim dizer, um caráter "nacional". Mas seguindo às apresentações:

Começou por um grupo de dança de rua convidado. Muito bons, mas cansativos. A dança começou a ficar meio repetitiva depois do terceiro minuto, então quando deu 15 eu já queria que trocasse. Eles tinham um ar meio "Assassin's Creed", todos de capuz.
Logo em seguida começaram as apresentações das écoles. A école de Paris mandou muito bem, a coreografia começava com todos andando pelo palco, com roupas "de época", como se estivessem numa rua de comércio na década de 20. Então veio um cara com roupas "modernas" e um som daqueles enormes, e colocou no chão. Toda vez que a música tocava mais forte, ele dançava e os outros começavam a andar como se estivessem em slow motion. Depois todos começavam a dançar juntos, até que ele ia embora com o som.
As demais não me chamaram muito a atenção, só uma pequena nota sobre o fato de a escola de veterinária (que só tinha meninas dançando) ter feito uma dança com o tema "putas", bem apelativa.

O ponto alto, na verdade, foram as apresentações profissionais que eles fizeram logo depois do intervalo.
Essa segunda parte começou com uma companhia que fez a mistura perfeita entre balé clássico e moderno.  Elas faziam trocas de bailarinas no palco de um certo modo que, em um dado momento, todas dançavam de ponta, sendo que começaram descalças, e depois tiravam todas as sapatilhas e seguiam com dança moderna, muito bom.

A segunda, e mais impressionante, era uma coreografia de balé moderno com um tema muito bom, o comportamento em grupos. Vou descrever o melhor que puder.

Abrem-se as cortinas. Entra no palco uma bailarina segurando um rolo de plastico branco, desenrolando-o ao longo da diagonal do palco. Assim que ela chega no canto oposto, outras duas bailarinas aparecem na outra ponta lado do plástico, uma delas enrolada neste plástico e a outra continuando a enrolá-la, até chegar na que estava na ponta oposta do plástico. Assim que elas terminam, na outra diagonal repete-se o mesmo movimento. Quando isso é terminado, as 6 saem do palco e projeta-se numa tela branca os dizeres "Parte 1 - Uniformização". As bailarinas entram no palco e começam a dançar em movimentos cadenciados e idênticos, todas vestidas no branco do plástico. No fim da dança, todas unem-se formando um círculo no centro do palco.
Neste momento, duas bailarinas que estavam na cochia cruzam o palco vestidas de preto. Uma das brancas abandona o grupo, e volta com um conjunto de roupas pretas e várias tesouras. Ela corta a própria roupa, em pleno palco, tira a calça, ficando só de calcinha e sutiã, e coloca uma das peças pretas, um vestido.
Pouco a pouco as outras começam a repetir a idéia, até que todas passaram pelo estágio de estar seminuas no palco e estão todas de vestidos pretos. Durante a troca de roupas, projeta-se na tela "Parte 2 - Interação".
Depois que todas estão de preto, começam a dançar com movimentos cada vez mais variados, diferentes umas das outras. Em um dado momento, elas começam todas a falar um texto sobre o comportamento psicológico dos grupos dentro da sociedade. Algo como "Existem duas partes em interação. O Grupo, com suas características semelhantes, regras e hierarquias, e o Eu, com suas individualidades e diferenças. Se um indivíduo do grupo ..." Quando elas chegam nisso, uma delas volta pro começo do texto, e após algum tempo uma outra vai pro começo do texto, e assim seguidamente, até que não se compreende mais nada. Nessa hora elas saem todas do palco, e lê-se na tela "Parte 3 - Diferenciação".
As bailarinas voltam e continuam com uma coreografia agora maluca, onde elas em um dado momento ficam no chão, como um bolo de vermes ávidos por alimento que acabam se atacando e se sobrepondo, é bem interessante. Elas também fazem uma espécie de ponte para que uma suba, mas esta cai e todas a soltam. Todas se põem na frente do palco, com os pés balançando. Uma delas se levanta, põe um pedaço de fita adesiva preta na boca de outra e a empurra do palco. Elas começam todas a se amordaçar e se empurrar para fora do palco, até que resta apenas uma, que segue ao centro do palco. Elas retiram as mordaças e continuam dançando, agora cada vez mais parecidas, até formar um círculo no centro do palco.
Uma delas sai do círculo e, pouco a pouco, as demais continuam fazendo isso, sendo que as que ficam começam a querer impedí-las, não tendo sucesso. No fim, resta apenas uma no palco, e lê-se uma última mensagem: "Parte 4 - Eu".

Foi sensacional, uma coreografia que realmente me surpreendeu bastante. Fora isso nada tão incrível, mas valeu muito a pena ter ido. Um bravo a organização, e um parabéns especial à linda da Stephanie, que mandou muito empurrando o Adrian e as bailarinas pro palco.






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