Por mais que eu quisesse que acabasse, agora que o fim do semestre se aproxima eu quero é que o tempo volte pra trás. Ou que essa semana passe bem devagarinho. A cada dia que passa venho sentindo mais o peso da falta da UNICAMP. Quase todo dia eu tenho que me segurar pra não chorar com a Pri. Ela é a que mais faz transparecer em mim assim forte a saudade que vai ficar, pela proximidade que a gente criou nesses dois anos e meio. Eu tenho segurado a barra pois ainda tem muita coisa pra rolar nesses próximos dias.
Fim de semestre sempre assim, muitas provas, estresse, noites mal dormidas... E, apesar disso, eu não estou nem um pouco preocupado com essa parte. Passou a ser o de menos. Nos intervalos dos estudos, por mais que eu tente me distrair disso, a pressão da proximidade faz a preocupação de passar dois anos na França muito maior que qualquer outra.
A cada instante, me perco, pensando em como eu vou passar por tudo sem as pessoas que tanto me apoiaram até hoje. Sem aqueles rostos que, mesmo sem saber, já se tornaram a família e conforto que eu precisava pra continuar. Se já houve tempo em que eu precisava voltar pra Itu pra me sentir em casa, hoje sei muito bem que meu lar é em Barão.
E, de repente me encontro, absorto na conjectura de um futuro em que não morarei mais com aqueles que com o tempo se tornaram realmente meus Brothers. É difícil imaginar uma vida em que não dá pra dar uma paradinha no quarto de um deles pra falar besteira ou mesmo só ficar na cozinha na certeza que um deles vai aparecer pra conversar. Ou em que não vai haver sempre um violão na sala pra incomodar os Brothers mais ranzinzas.
Mas nem por ser difícil deixo de imaginar tudo isso. E mais que imagino, me convenço ainda que na verdade tudo isso vai continuar existindo, e que eu que vou ter passado. Sou mais do que grato por poder ter passado esbarrando, de um jeito meio expansivo e estabanado, em cada um que mudou, mesmo que um mínimo, minha vida nestes dois anos e meio.
Já é um bom momento para agradecer a todos pelo apoio, tempo, paciência, e tudo o que fizeram por mim, eu tendo percebido ou não.
Não quero nem ver como vai ser a despedida, tenho certeza que vou parecer uma manteiga derretida. Me pego pensando em como esses foram os melhores anos da minha vida, e sobre como vai ser na volta. Eu sei muito bem que não tem como querer que esteja tudo como eu deixei, óbvio. Depois de dois anos, é muita esperança achar que vou morar no mesmo lugar, ter aulas com a mesma turma...
Mas eu espero voltar e encontrar acolhida entre amigos. Em especial os mais próximos, por maior que possa ser a distância física entre nós.
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