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Crônicas de Nantes - Jogo de Tronos


No Domingo, após 2 échec ( o termo francês pra "fail") de falar com o Bernardo pra tocar o piano de cauda da casa dele, como eu já estava no centro, resolvi ir no Chateau des Ducs de Bretagne.
Chegando lá, descobri que a entrada do museu era de graça naquele dia. Então, mesmo não gostando muito de museus, acabei entrando pra ver qual era a idéia.

Chegando lá, me apaixonei! Eu, que não gosto de perder nem meio minuto em museus, fiquei encantado com o quão dinâmico e tecnológico o museu é. Além de ter, claro, várias peças antigas, relíquias e todas as quinquilharias típicas de museu, havia salas com exibições de vídeos contando a história da Duquesa, do Castelo, da construção da cidade, e até depoimentos de pessoas que estavam na cidade durante os bombardeios da 2ª Guerra Mundial. 


O que mais me surpreendeu foi a história da Duquesa Anne, que, além de ter feito uma peregrinação por toda a região para mostrar o engajamento com seu ducado, foi casada com não 1, mas 2 reis da França.Uma verdadeira papa-tronos. Eu achei estranho, mas por mim tudo bem casar com quem tirou o trono do seu ex-marido, já que não tenho sangue real e isso nunca iria me afetar mesmo.


 O vídeo não foi projetado em paredes ou telas brancas, e sim diretamente sobre os muros do castelo, dando um efeito tridimensional muito bom. Eu gostei tanto que vou colocar o vídeo até aqui, em francês mesmo. Quem sabe um dia não rola uma legenda.


Eu estava numa vibe tão boa que resolvi até participar de um joguinho com a monitora do lugar. Era realmente infantil, MESMO (participávamos eu e um casal com sua filha de 6 anos). A idéia era procurar animais num biombo (em francês "paravent") chinês, a partir de descrições. Pra mim foi aparentemente mais  difícil que pra minha pequena concorrente, uma vez que pra ela era apenas procurar animais, e não tentar descobrir o que significam 50 adjetivos e 12 nomes de animais que eu nunca precisei falar antes.
Depois do ocorrido eu ainda achei uma sala de computadores onde você andava, numa espécie de jogo 3D, pela Nantes de 1500 e bolinha. A parte legal era que quando se chegava em algum lugar importante, aparecia no canto da tela uma foto do lugar atual, no mesmo ângulo em que você estava olhando. Foi bem construtivo, me fez ter uma nova perspectiva da cidade. 



O último aparato tecnológico eram umas apresentações em mapas do desenvolvimento da cidade. Tinha desde um que marcava as datas de construção dos principais prédios antigos e a população da cidade crescendo ao longo do tempo, até um que mostrava os pontos onde os rios que cercam a cidade foram aterrados para o desenvolvimento local.

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