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A Epopéia da Toussaint - A partida

E depois de muito tempo em aulas cansativas e puxadas (não tanto na verdade, mas vale sempre fazer drama), as tão esperadas férias da Toussaint(Todos os Santos, ou Finados) chegaram, e fizemos uma deliciosa viagem pelo BENELUX. Que, aliás, eu tive que explicar pra todos os franceses da École que é Bélgica, Holanda e Luxemburgo.


Como alguns de nós tinham calendários diferentes, nos separamos em dois grupos: Patrícia, Rayanne e Flávio, que partiram na sexta, e eu, Aline e Paulo, saindo no sábado cedo.

O primeiro grupo passou a noite em Lille, na Centrales, onde já encontraram os lillois que iriam conosco, o Luiz Gustavo e o Felipe. O meu grupo se juntaria ao deles no sábado à tarde, em Bruges, na Bélgica.



Após uma viagem um pouco conturbada, perdendo um trem em Paris ( contagem de perdas por transporte perdido 17 euros ), correndo na chuva entre as duas estações de trem de Lille, e ainda mais uma conexão corrida em Bruxelas, chegamos em Bruges, uma pequena cidade da Bélgica.

A cidade é muito bonita, toda pequenininha. 


Ficamos só um dia, mais do que suficiente para ver tudo. É uma cidade principalmente para se visitar à pé, vendo as coisas por fora mesmo. A única coisa que queríamos e não fizemos lá foi entrar no prédio do sino da cidade, pois tinha acabado de fechar  - odeio como as coisas fecham cedo aqui. Dentre os lugares que visitamos, destaque para uma abadia na qual as freiras não são freiras. Com um bosque digno de filme de terror,o Begijnhof, abriga uma vila de "Abençoadas", mulheres que vivem como freiras sem ter tomado seus votos. É bem interesante. 
Outra coisa interessante de Bruges é que os pontos de ônibus não tem nome, então a dica é perguntar pra alguém, usando o melhor do seu inglês, já que a cidade faz parte da Bélgica flamenga (ou seja, eles não falam francês).
Antes de partir para Bruxelas, acordamos um pouco mais cedo e fomos ver os moinhos que tinha atrás do hostel. Tiramos muitas fotos, a beleza dos lugares é realmente estonteante por aqui!


Em Bruxelas, a minha atenção ficou voltada pra internacionalidade do lugar, como uma grande amiga minha já tinha me prevenido. Você não só vê gente de todos os lugares do mundo da rua, como os locais falam qualquer idioma que for necessário para se fazer entender. Fora o inglês e o francês, eles falam alemão, espanhol, o idioma local (flamengo), e, pelo que se lê nos folhetos locais, aparentemente qualquer língua conhecida pela raça humana, de árabe à russo, passando claro por um pouco de gestos e italiano. As pessoas são todas super solícitas, e muito educadas. 



Fora um louco que parou a gente e começou a falar como o Brasil é um país horrível onde as pessoas não tomam banho e todas moram em árvores. Não respondemos nada por que ele  parecia louco, mas na parte do banho ele estava confundindo um pouco. O argumento dele ficou tenso quando ele falou que os desempregados ganham 1200 euros por mês para fazer nada na Bélgica. 



Volto à viagem no próximo post...

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